A rede de satélites Galileu

23 de junho de 2007
Escrito por Ricardo Avelino

A construção da segunda rede mundial de satélites de localização, a Galileo, projeto da União Européia avaliado em 3 bilhões de euros, anda de vento em popa.


A idéia é colocar em órbita uma constelação de 30 satélites, todos posicionados em órbita média, a 23 mil km de altitude. Os primeiros satélites começaram a ser lançados em 2005 e a rede entra em operação em 2008, mas atingirá toda a sua plenitude entre 2011 e 2012.


Quando isso acontecer, acabará o monopólio do sistema americano, o Global Positioning System (GPS). Talvez por isso mesmo é que o Galileo não é mais apenas um projeto europeu. A China aderiu em 2003, seguida por Israel, Ucrânia, Índia, Marrocos, Arábia Saudita e Coréia do Sul. Entre as próximas adesões previstas, estão o Brasil, a Argentina, México, Canadá, Austrália, Japão e Rússia, entre outros.


O GPS foi criado pelo Pentágono nos anos 80 ao custo de 12 bilhões de dólares. Trata-se de uma constelação de 24 satélites posicionados a 28 mil km de altitude. Originalmente voltado apenas para uso militar, com a crescente demanda do mercado, o projeto foi aberto à civis.


O sucesso do GPS e da futura constelação Galileo contrasta frontalmente com a realidade desoladora das redes de celular por satélite. Estrelas tecnológicas boladas no final dos anos 80, quando ainda ninguém avistava o maremoto da telefonia móvel que se aproximava, as constelações celulares foram abatidas em pleno vôo. Resultado de um investimento de 5 bilhões de dólares da Motorola, a Iridium faliu no ano 2000, sendo vendida a preço de banana.


Seus 66 satélites de órbita baixa continuam girando sobre nossas cabeças, mas transmitem pouco mais do que curtas mensagens de texto. O problema é que o sistema foi projetado numa época em que a transmissão de voz era muito mais volumosa e lucrativa do que a de dados. Esta última tomou conta do pedaço com o advento da internet. O que tornou o serviço da Iridium, além de caro, irrelevante.

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