Grupo descobre sapinho 'dark' no sul da Bahia

28 de junho de 2007
Escrito por Ricardo Avelino

Não se deixe enganar pela pele escura e lustrosa e pelos olhos de tom vermelho-sangue: apesar da cara de "sapo das trevas", o pequeno Frostius erythrophthalmus é completamente inofensivo. Com apenas 2,5 cm de comprimento, o bichinho é a mais nova espécie de anfíbio do Brasil, descoberta na mata atlântica do sul da Bahia.

Sapo Black

O animal foi descrito por Bruno Pimenta e Ulisses Caramaschi, pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, num artigo na revista científica "Zootaxa". É mais uma prova do pouco que ainda se sabe sobre a biodiversidade da floresta tropical que um dia dominou o litoral do Brasil - e de como esse conhecimento anda crescendo.

"É a nossa oitava descoberta de anfíbios no sul da Bahia publicada desde 2003, sem contar três redescobertas de espécies que não eram vistas há mais de 50 anos", contou Pimenta. O achado faz parte de um levantamento mais amplo da biodiversidade da região, envolvendo anfíbios, aves e mamíferos em 21 fragmentos de mata, que começou em 2000, com apoio do Ministério do Meio Ambiente, da ONG de pesquisa Conservação Internacional e do Iesb (Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia).

O nome científico do bicho homenageia um especialista americano em anfíbios, cujo sobrenome é Frost, e seus olhinhos peculiares (em grego latinizado, erythrophthalmus significa "olhos vermelhos"). Como a maioria dos sapos, ele tem corpo atarracado e pele verruguenta. As fêmeas são um pouquinho maiores que os machos. A espécie foi achada vagando pela serrapilheira (a camada de folhas que cobre o chão da floresta) ou trepada em folhas de arbustos e bromélias.

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